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    Glauber
    Glauber


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    Mensagem por Glauber Sáb Ago 21, 2010 12:03 am


    Free Post  Aldebaran3

    - Cometeu um grande erro tentando destruir o período de paz que reina sobre este mundo...


    O punho gigantesco se contraiu. E, lentamente, a aura dourada que cintilava ao redor daquele bestial guerreiro começou a se inflamar e a se expandir. Uma redoma de energia começou a quicar pelo ar, como se, esta, galgasse uma trilha indecifrável à medida que flutuava mais e mais em sua órbita desconcertantemente desequilibrada.

    O sol do meio-dia era brilhante, como uma bola de fogo suspensa sobre um fio invisível. Seu calor era denso e angustiante – uma gota de suor percorreu a tez morena e marcada na altura da testa. Aquele clima meridional não era especialmente familiar, mas possuía uma marca tão abrasivamente tropical que, por alguns segundos, lhe remeteu à selva concreta do coração do Rio deJaneiro. O cenho franzido, marcado por um ligeiro desconforto de rigidez – os braços pareciam toras espaçadas por um grande tronco do mais vigoroso buriti. A figura carrancuda daquele gigante dos mares lhe contemplava tal qual um abismo olha para a ponte incerta a ligar dois penhascos. Aldebaran, observado pelo animal indomável, parecia balançar, mas, interiormente, no auge de sua fibra não apenas muscular, mas espiritual, era um touro obviamente diferente dos demais...



    Free Post  Aldebaran11

    - Sobre a Terra deste planeta já foi derramado muito sangue. A era das mortes já está encerrada e não será você, miserável, que conseguirá romper este belo ciclo que se iniciou com a morte do mal no coração de Saga...vou lhe enviar para as profundezas do abismo de onde jamais deveria ter saído. Porque, nesta Era, não há lugar para você. Não no mundo governado pela deusa... ATHENA!


    Verdadeiramente, era um touro diferente. Embora uma espécie marcada pelo sofrimento tipicamente espanhol, imputado pela falta de misericórdia de um povo acostumado com a espada no lombo dos tristes e encurralados animais no meio das arenas, havia uma esperança para a espécie nos olhos passionais e jamais indolentes do valente Aldebaran. A marca da justiça era estampada em seu semblante. E o estandarte da paz era erguido pelos braços vigorosos do implacável guerreiro de chifres. A estrela Máxima da Constelação de Touro que um dia havia abandonado o seu próprio nome para ser a protetora da segunda casa do Zodíaco de ouro. Antes João Ribeiro Barbosa da Silva, agora era o valente guerreiro que simbolizava a segunda constelação regida pelo sol. Em sua alma, a determinação de jamais desistir, típica dos habitantes de sua terra...

    Free Post  Greathorn




    [Off]: Continua… vez de vocês. Depois a gente marca o lugar comum e geral se encontra. Aldebaran em uma missão do santuário, lutando contra um monstro que estava enchendo o saco no Mar Mediterrâneo.


    Gui (:
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    Mensagem por Gui (: Sáb Ago 21, 2010 7:00 am

    β Enfim estava de volta à mesma caverna onde passara tantos dias de sua vida. Desde a primeira vez em que ingressara na abafada escuridão deste local, sentiu como se finalmente tivesse encontrado sua casa. Tudo no ambiente refletia o que o próprio jovem sentia, como se aquilo fosse a extensão de seu corpo, fosse a extensão de seu espírito – toda aquela caverna era um grande organismo pulsante. Lá fora, o invencível frio continuava castigando os homens de fé, muitas vezes tornando-os aparentemente insensíveis, dormentes, escondidos dentro de uma casca de gelo. Mas dentro da caverna ainda existia aquele todo aquele calor, toda aquela paixão, todo aquele vigor, todo um sentimento de uma humanidade latente que não se permitia exibir a ninguém... a ninguém senão a ela. β
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    “Freya... eu ainda não te mereço, mas eu vou cumprir minha promessa!”
    β Sentiu o suor escorrendo pelo seu rosto e, num gesto natural, sem aparentar incômodo, retirou a franja dourada, sebosa e grudada na fronte larga e avermelhada, que caía por cima dos olhos de contrastante tonalidade azul clara. Troteou mais uma vez com intensidade, como se toda a sua vida dependesse dessas largas passadas, e desferiu um potente soco contra uma das paredes rochosas, das quais se projetavam pequenas e diversas protuberâncias. O corpo todo se enrijeceu, revelando a musculatura bem definida de seu torso nu. Da mão direita saiu uma potentíssima rajada de fogo, lançada com a violência de quem atira a si para fora de si mesmo. Esta técnica, praticada à exaustão, era o seu grito mudo, era uma maneira de extravazar. β
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    Free Post  Greatardentpressure
    β Da mesma mão escorreu o sangue que, tão logo tocou o chão, pareceu ferver. E assim, escondido do olhar superior daquela nobreza à qual servia, mas à qual não pertencia deveras, ele deixaria ferver em silêncio seus próprios descontentamentos. Ainda era fraco e tolo e fora repreendido na frente de sua musa por uma Hilda estranhamente mudada e hostil. Que desgraça maior poderia haver para um romântico irremediável? Malgrado seu gênio voluntarioso, por vezes era tido por insolente e incrivelmente... chato. Por outro lado, seu grande amigo gozava de alto prestígio no Palácio Valhalla, andando sempre de cabeça erguida como o mais impecável dos nobres. Tudo sobre Siegfried exercia grande influência para o jovem Hägen: ele o tinha como um exemplo, como alguém a ser imitado; porém, desconhecendo seu próprio caminho, trilhava inutilmente os passos de outrem que o conduziam somente à patetice. Por isso às vezes se ressentia, sentia inveja e nutria uma raiva oculta em relação a seu amigo. Talvez estivesse fadado a ser somente o cavalo, e não o cavaleiro; talvez devesse se acomodar com a posição de coadjuvante que o destino lhe reservara; deveria manter-se servil como o octópode mitológico e galgar os ares suavemente ao prazer de seu comandante. Balançou a cabeça, repreendendo a si mesmo pelos pensamentos mesquinhos, mas muito humanos, e parou em frente àquela boca fervente que dia e noite contorcia seus lábios magmáticos como quem dá conselhos a uma pessoa íntima. Talvez estivesse a ouvir a voz de sua própria consciência reverberando naquelas paredes ancestrais; ainda assim, tudo aquilo lhe parecia tão condenável e ele não tinha a menor idéia acerca do que deveria fazer doravante. β
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    “Não, eu jamais farei algo contra ele! Ele é... meu único amigo; deve existir outro meio.”



    Sim, decidi pegar o molóide do Merak just for the lulz of it, hahaha. Depois eu ajeito a estética também. :*
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    Eduardo


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    Mensagem por Eduardo Sáb Ago 21, 2010 8:21 pm



    Seus braços: retesados. Em sua mente... O sopro do vento nas colinas; o movimento de patas, de folhas ressequidas. Em sua mente um pequeno vazio o confortava. Seus músculos, estendidos como a corda do arco; seus músculos e o arco – um só. E toda aquela energia, e toda aquela potência... De súbito se esvai. Ele olha, para onde, como um cometa, está caindo; olha para os céus que cruza, atravessa. De súbito ele é a flecha. A solitária flecha no outono.



    (Menino): Trooooll! Trooooll!
    (outros meninos): É o Troll ali, né? É ele! Ei, Troll!



    Um leve sorriso perpassou os lábios de Thor. Via aqueles garotos se aproximarem dele, novamente, vindos de trás das árvores do bosque, das folhagens, das rochas. Eram crianças da aldeia, que muitas vezes vinham espiar suas caçadas, seus treinamentos, sua meditação. Passaram a chamá-lo de “Troll”, talvez pelo tamanho, ou quem sabe por sua feiúra.



    (Thor): Me seguindo novamente? O que seus pais diriam sobre isso? Heim, moleques?


    Agacha o gigantesco corpo, ficando mais ou menos da mesma altura de cada um daqueles meninos. Nem poderia notar, mas seus olhos tinham um brilho diferente. Um brilho muito humano.


    (Menino): Nossos pais não sabem... Maaaaas... Não conta pra eles não!
    (Menino): Viemos recolher frutos no bosque. O senhor nos ajuda, senhor Troll?
    (Menina, entre os meninos): éeeeee! Ele é gigante! Pode pegar aquelas frutas láaa em cima.




    Thor riu enquanto ouvia todas aquelas confabulações das crianças. De certa forma, a paz de espírito que a caça e a arquearia lhe davam... De certa forma sentia que tudo aquilo, mesmo o conhecimento do seu interior, do seu cosmo, poderiam facilmente ser substituídos por aqueles breves momentos. Por quê? Ele não sabia dizer ao certo, mas era como se as feridas de Asgard, e isso ele apenas intuía, só pudessem ser curadas por um calor: e este calor deveria ser este. O coração humano. Apenas este calor poderia degelar a neve de Asgard, e não o poder, a luta, as guerras...



    Olhou para cima, num momento solitário dele consigo mesmo. O sol se apagava lentamente na esponja daquelas nuvens.



    (Thor) - Se eu pegasse os frutos para vocês, não haveria glória em seus trabalhos. Não haveria crescimento. Mas ao invés disso,.... porque não pegam uma carona?
    (menino): Uma... Uma carona?



    Thor deu uma piscadela e agachou-se ainda mais, oferecendo as costas e os ombros para que as crianças ali escalassem e nele se segurassem. Elas, em questão de instantes, compreenderam a mensagem, e em confusão correram na direção do gigante Thor.




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    Eduardo


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    Mensagem por Eduardo Ter Ago 24, 2010 1:25 am


    Os jovens, então, entusiasmados com a idéia, riam e brincavam nas costas largas, quase "platafórmicas", de Troll. Recolhiam todos os frutos que davam em altas árvores, sem a ajuda dos longos braços do nórdico, e de alguma forma se vangloriavam de seus pequenos feitos para o caçador. Um deles perguntava se um dia seria tão grande quanto Thor; outro se um dia seria tão forte quanto. Aquelas crianças, e seus risos cristalinos, traziam uma paz e uma saudade... Que há algum tempo não ecoavam em seu coração.

    Mais tarde, quando as crianças já carregavam um bom peso daquelas deliciosas (e raras, pois nem todas conseguiam se desenvolver naquele tortuoso e estéril clima) frutas, Thor resolveu mostrar-lhes um pouco daquilo que sabia e o que ostentava com mais orgulho. Pediu para que todos, todos eles, se calassem (gentilmente) e não fizessem barulho. Sabia que diante de todos um javali espreitava uma rota de fuga segura, a fim de não cair pelas garras famintas e sobreviventes da humanidade. Thor, amante da natureza tão rústico quanto aquele animal, retirou a pequena francisca (machadinha) da bainha de couro, empunhou-a como se deve (e reforçou essa maneira de empunhá-la para seus pequenos alunos). Aproximou-se... lenta... lentamente... A vegetação começou a se mexer. As folhas secas tremiam. Ouve-se um chocalho de folhas. Uma sombra se esgueira. Uma sombra minguante se dilata. E... em questão de átimos, um corpo deformado pelas leis da ótica se desembaralha daquela vegetação e salta contra o silvo prateado da lâmina.

    Depois...


    - Nossos antepassados nos ensinam a sempre repartir aquilo que obtemos com honra e dignidade, com nosso sangue, nosso trabalho. E só pode haver dignidade, honra e sangue quando se respeita a natureza e quando se respeita o próximo. Mesmo esse javali, ele merece um respeito especial.

    (menino) - Porque? Nós não comemos ele, sr. Troll?

    - Hahaha... É, é meio complicado. Eu nunca consegui entender muito bem, mas... Algo me diz que todos nós fazemos parte de um mesmo mundo, e que nossas vidas estão entrelaçadas. A carne deste animal vai nos alimentar e nos deixar bem quentes para enfrentar o duro inverno de Asgard.

    (menina) - Mas... Eu não entendo. Quer dizer que devemos respeitar e amar mesmo essa terra gelada?
    (menino) - É! Mesmo mundo? Como pode ser o mesmo mundo, se as pessoas bem longe daqui vêem o sol e sentem calor?

    - ... Mesmo ela, meninos...


    Thor respirou fundo. Em verdade, Asgard não era o mesmo mundo. Por um momento não teve resposta para aquelas inocentes e tristes perguntas. Tudo o que sabia é que, acima de tudo, devia-se ser forte e digno. Arriscou, embora soubesse que jamais aquilo seria o suficiente:


    - Eu acredito que virão tempos melhores, um dia. Até lá devemos esperar e cuidar das coisas por aqui. Para isso é que se precisa ser digno e muito forte. Mas agora, prestem atenção.

    (meninos) - Hum!



    Os meninos se acercaram de Thor.


    - Bom... Não sei como por em palavras... - coça a cabeça - Mas é mais ou menos assim: cada parte deste bicho pertece a uma pessoa, e cada parte possui um valor diferente. Das vísceras, o coração e o fígado pertencem àquele que possui a família mais nobre e antiga. O estômago e os rins por segundo, e assim sucessivamente, com vísceras e músculos, partilhando o alimento cerimoniosamente entre os nobres. Mas... Hoje em dia essas besteiras já não existem, e eu faço questão de perguntar a vocês que pedaços vocês querem.




    (meninos e menina) - Irc! Que nojeeeeento. Que é isso aqui?
    (menina) - As triiiipas. Olha que lindo. *-* Parecem cobrinhas...
    (menino) - Fala sério!


    Thor deu uma grande risada. E aquela risada poderia abalar uma montanha, ou mesmo tornar um homem feliz. De qualquer forma, aquela alegria espontânea não vinha sem uma lembrança remota, que ele quase esquecera. Sem um rosto de mulher, uns dentes marfíneos, um queixo, uns olhos e braços. Aquela risada, aquela alegria, antes de tudo, não vinha sem sua tristonha contraparte. Seu riso, aos poucos, tornava-se um pequeno sorriso. Seus olhos baixavam-se para aquele animal seccionado. Tudo passava. De-repente...

    Um falcão. Um falcão cruzou os ares em velocidade e o uivo prolongado de um lobo pareceu turvar os céus inflamados pela tarde. Algo chamava Thor, em seu íntimo. Algo chamava o seu cosmo.

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    Donati


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    Mensagem por Donati Ter Ago 24, 2010 6:02 am

    Free Post  DeathMask_050-100

    - ... Não! Não venha me choramingar essas porcarias. Não imponha a mim suas noções de justiça, necessidades ou prazer, não elas não se aplicam aqui. Quem nunca tirou uma vida não pode entender as razões de quem já o fez. Sabe, faz tempo que não trago alguém pra cá e tenho me sentido um pouco sozinho. Vou contar um pouco da minha história para você, não para que me julgue, mas para que experimente um pouco mais de mim se for capaz. HAHAHAHAHAHAHAHAH!


    A risada doentia daquele homem foi alta e longa. O corpo molestado e machucado da bela mulher caída aos seus pés tremia de medo e dor, seu rosto apresentava um pavor único e os soluços no meio de um desesperado choro eram uma forma de expurgar todo desespero contido naquela alma. A cena aterradora que se desenvolvia naquele casebre - de madeira no meio do nada - lhe trazia uma familiar satisfação, como se fosse um alimento para sua alma... Como se sua vida dependesse da morte, de uma morte trazida por suas próprias mãos. O incerto, o soturno, o caos, o desestabilizar, o fim... É disso que estamos falando.

    Seu rosto adquiriu uma expressão sombria enquanto um sorriso desdenhoso cortava-lhe a face. Sem dúvidas, os momentos que antecediam um assassinato eram os mais prazerosos para ele. Todo aquele jogo não passava de um grande deleite, de um grande orgasmo cósmico.


    Free Post  DeathMask_050-102

    - Heh... Saiba de uma coisa, neste mundo não existem santos, neste mundo só existe moralismo e hipocrisia por parte dos fracos. VIVEMOS NUM MUNDO ONDE LEÕES E VERMES CONVIVEM NO MESMO ECOSSISTEMA E ISTO ESTA ERRADO. OS LEÕES DEVEM MOSTRAR SEU PODER PARA MANTER SUA SOBERANIA E OS VERMES NÃO DEVEM MAIS EXISTIR HAHAHAHAHAHAH!


    A grande graça nos seus jogos era fantasiar, era inventar personagens que não existiam para catalisar e difundir os mais variáveis distúrbios caóticos em suas vítimas, em seus troféus.
    E assim, como num estalar de dedos, mais uma vida era ceifada no mundo dos homens.
    Glauber
    Glauber


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    Mensagem por Glauber Qua Ago 25, 2010 9:41 am



    À medida que as fagulhas cósmicas desencadeavam uma explosão, o monstro sobre o precipício do mar era conduzido a um turbilhão de energia que pulsava como um coração desritmado. A fera não pôde conter o urro titânico quando teve os tentáculos prontamente lacerados e seu sangue de coloração duvidosa encharcou o ar com um aroma que trafegava entre o acre e o amargo. Por fim, a criatura se debateu algumas vezes sobre a água, mas a força de seus sustentáculos lhe havia abandonado e ela, mais morta do que viva, emergiu ao fundo do leito oceânico. Aldebaran contemplava a superfície da água, enquanto a sombra gigantesca lentamente ia se fazendo menos viva na silhueta das ondas.

    Free Post  Aldebaran8

    “Não desejava que tivesse sido assim. Mas era necessário. Que venha em paz, quando renascer, leviatã.”


    Neste momento, sua armadura produziu uma oscilação de brilho e, lentamente, foi se desacoplando de seu corpo como se estivesse enfeitiçada por uma força invisível. Logo, a armadura de touro estava montada na urna, que agora se fechava. Colocou a urna nas costas e envolveu a ela e a si mesmo em um capuz escuro e pesado, de densidade aparentemente grande. Caminhava de volta para o santuário e à medida que os minutos escorriam pelos ponteiros do relógio, o sol ia se desfazendo em lua no horizonte perdido de além-mar. Ele não via estas coisas porque caminhava na direção contrária, mas sabia que estas coisas estavam lá...

    Considerar Aldebaran sem armadura.
    Free Post  Aldebaran10

    “É hora de voltar...”


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    Eduardo


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    Mensagem por Eduardo Qua Ago 25, 2010 7:28 pm



    Não poderia dizer que aquele uivo ecoava pelos vales montanhosos e frescos de sua alma porque Thor não sabia se acreditava na existência de uma alma. Fato é que ele repercutia, sim, "dentro" dele. Um arrepio gélido, como uma gota de metal frio, desceu pelo esôfago e foi parar ali, na boca do estômago, onde se desmanchou em uma branca e brusca avalanche de preocupações. Já tinha sentido algo semelhante, mas isso são águas passadas. Fato é que alguma coisa o chamava... Alguém. E não era meramente uma experiência dentro daquele mundo. Podia sentir no seu próprio cosmo, que a toda aquela frialdade montanhosa estava conectado, que a estrela Gamma finalmente ascenderia nos céus daquela que seria uma noite longa e escura.


    - Crianças... vamos embora. Peguem a carne, os frutos e vamos. Eu acompanho vocês.

    (Crianças) - Hm? (o que deu nele?)
    (Criança) - Não sei... Será que ele esqueceu alguma coisa em casa?
    (Criança) - Será que está com dor de barriga?
    (Criança) - Ele parece preocupado.
    (Criança) - Deve ser dor de barriga, sim. Olha o montão de coisas que ele deve comer!
    (Criança) - Shiiiu! Fica quieto, lixo.
    (Criança) - Foi mal, Glaubhild. ;;


    Pelo amplo caminho do bosque as crianças pressuporam os mais diversos motivos para aquela súbita mudança em Troll. E observavam nele todos os aspectos: como parecia mais alheio ao que diziam, como sempre olhava baixo, pensativo; mesmo seu sorriso, seu reservado, na verdade até tímido, sorriso parecia ter eclipsado em sua boca. Thor nem parecia escutá-las. Com seu corpanzil caminhava à frente, liderando o grupo; sua mente estava febril, tão mais de certezas que de dúvidas.


    "A senhora Hilda me chama...? Desde os primeiros dias de meu treinamento fui acostumado e ensinado a temer e a respeitar esse chamado da natureza de Asgard. Um chamado para a batalha, um cântico que apenas os heróis e os guerreiros destas terras geladas podem reconhecer. Eles, então, se levantam de seus assentos e limpam o sangue de suas mãos cruas. Eles, então, olham para as estrelas cruzadas no céu e se dirigem ao Palácio de Valhala. Não sinto medo. De forma alguma sinto medo. Apenas gostaria... de ter adquirido mais forças para aceitar meu destino sem arrependimentos...? Pff! Bobagens..."



    "O que estou dizendo, afinal? O silêncio é a virtude dos caçadores!! O silêncio e a força..."



    De algum modo, aquele cântico que parecia emanar de longe, e que parecia também corresponder apenas à audição do seu cosmo, fora confundido com um antigo canto que emergia das proximidades do povoado. Neste fim de tarde, onde todos já haviam voltado a suas residências, orgulhosos de mais um dia de trabalho, a escuridão desabrochava muitas luzes; muitas canecas de barro ou cerâmica, muitas taças de prata ou ouro, eram preenchidas pelo vigor ardente das festividades daquela terra, em glória aos deuses que permitiam a sobrevivência em um lugar tão gelado e difícil.



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